Após a tentativa frustrada de compra dos campos de Bijupirá e Salema, operados pela Shell na Bacia de Campos, a PetroRio (ex-HRT) quer voltar ao mercado e está atrás de um sócio para financiar novas aquisições. Executivos da petroleira brasileira embarcaram para Houston, nos Estados Unidos, onde participarão esta semana da (OTC), uma das maiores feiras do setor de óleo e gás do mundo, em busca de fundos de investimento.
O objetivo da companhia é levantar no mercado US$ 1 bilhão, para sustentar o plano de crescimento da empresa. Fundos de private equity e hedge funds são possibilidades, conta o diretor de Operações da petroleira, Roberto Monteiro. O cenário de baixa dos preços do barril não favorece a missão, mas ele acredita que há capital disponível para investimentos no setor. "Para campos com poucos riscos, com custos de produção baixos, existe capital", disse.
Dona de apenas um campo de produção de petróleo, a PetroRio produz, hoje, cerca de 7 mil barris ao dia de óleo em Polvo, na Bacia de Campos, mas tem como meta atingir uma produção média de 100 mil barris/dia ao final de 2017.
Com caixa disponível de R$ 497 milhões ao final de 2015, a empresa apresentou uma proposta à Petrobras, recentemente, para aquisição de Baúna, no pós-sal da Bacia de Santos, o 12º maior campo do país, com produção de 38 mil barris diários. A expectativa é que o resultado da concorrência seja divulgado ainda em maio.
Além do programa de venda de ativos da Petrobras, a PetroRio avalia oportunidades de desinvestimentos de outras empresas no Brasil e na América Latina, onde a petroleira avalia inclusive campos terrestres. "Tem outras empresas colocando ativos à venda. Não é nosso plano ficar esperando [o programa de desinvestimentos da] Petrobras", disse o diretor de Projetos da PetroRio, Nelson Queiroz Tanure. "Tem muita coisa à venda no Brasil. Muitos projetos que começaram produzindo com o preço do barril alto e que se tornaram pouco atraentes para algumas petroleiras", complementou.
A companhia está de olho em ativos em fase de produção, com reservas mínimas de 50 milhões de barris e com capacidade para produzir acima de 20 mil barris ao dia. Segundo ele, no entanto, a PetroRio "olha tudo", desde ativos maduros como Bijupirá e Salema, a campos mais novos, como Baúna.
O importante, de acordo com Tanure, é que a companhia identifique oportunidades de redução de custos que permitam à empresa rentabilizar os negócios. "Primeiro olhamos custos. Tem um componente de custos com o qual temos que nos sentir confortáveis", disse.
Em 2015, a PetroRio chegou a anunciar a compra de Bijupirá e Salema, por US$ 175 milhões, mas o negócio fracassou, porque a petroleira não conseguiu chegar a um acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) para reduzir os valores da garantia financeira exigida para assegurar os investimentos no abandono dos campos.
"A experiência serve de curva de aprendizagem para novas aquisições. A ANP deixou claro que não aceitará revisar os custos de abandono no decorrer de processos de venda de ativos. Temos que ter certeza a partir de agora que os valores contidos nos planos de desenvolvimento sejam compatíveis", afirmou.
Fonte: Valor Econômico/André Ramalho | Do Rio
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