terça-feira, 27 de agosto de 2013

ANP rejeita planos da OGX para Tubarão Azul, dizem fontes.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) concluiu a análise e rejeitou os planos da petroleira OGX para o campo de Tubarão Azul, disseram duas fontes do governo com conhecimento do assunto.
"Eles propuseram furar poucos poços e a ANP não aceitou", disse uma das fonte à Reuters, sob condição de anonimato.
O plano de desenvolvimento do campo estava sob análise da equipe técnica da agência para determinar sua viabilidade econômica, após uma queda na produção.

"O plano de Tubarão Azul, na verdade, nunca foi aprovado pela agência, pois sempre teve pendências", afirmou outra fonte, também com conhecimento direto do assunto, pedindo para não ser identificada.
Após redução significativa da extração de petróleo no campo de Tubarão Azul nos primeiros meses do ano, a OGX informou ao mercado que deixaria de investir no aumento de produção da área, pedindo autorização da agência para reduzir o ritmo exploratório.

O plano de desenvolvimento está sendo reencaminhado à OGX, que pode propor aperfeiçoamentos, disse a primeira fonte.
A expectativa no governo, porém, é que a empresa devolva Tubarão Azul devido a sua posição financeira, disse uma fonte à Reuters na semana passada.

As duas fontes disseram ainda que a ANP não concorda com a abreviação na exploração do campo.
A diretora da ANP, Magda Chambriard, chegou a dizer que iria analisar "pessoalmente" os dados. Ela afirmou, em julho, que caso não aceitasse o plano de desenvolvimento da OGX, poderia pedir um novo plano. Se a empresa rebatesse dizendo que não havia viabilidade econômica, teria que devolver o campo.

A OGX negou que o seu plano tenha sido rejeitado pela ANP.
"O Plano de Desenvolvimento de Tubarão Azul está ainda em análise na ANP, não tendo sido negado, nem solicitado nenhum esclarecimento adicional até o momento", afirmou a empresa em resposta à Reuters.
Procurada, a ANP não comentou imediatamente as informações.

PRODUÇÃO EM QUEDA
A empresa do grupo de Eike Batista informou em julho que a extração no campo poderá parar no ano que vem, por falta de tecnologia capaz de viabilizar economicamente investimentos adicionais.
Mas fontes do setor afirmam que o campo apresenta problemas na pressão desde meados do ano passado.
A produção em mar da OGX, em vez de subir como se esperava, ficou estagnada, na média de 10 mil barris por dia, de agosto a dezembro do ano passado, elevando-se para 13,2 mil barris por dia em janeiro de 2013 e despencando para 1,8 mil barris diários em abril.

Em julho, o campo de Tubarão Azul, o único da companhia com produção de petróleo em mar, teve sua menor produção desde que entrou em operação, em fevereiro de 2012. No mês passado, os dois poços em funcionamento no campo (OGX-26HP e OGX-68HP) operaram apenas durante três dias, bombeando um total de 900 boe/pd, queda de 91 por cento ante junho.
A companhia amargou prejuízo de 4,7 bilhões de reais impactado principalmente pela provisão de perdas com campos de petróleo considerados inviáveis economicamente.

11ª RODADA
A fonte disse ainda que as autoridades federais aguardam o pagamento do bônus dos blocos arrematados pela OGX na décima primeira rodada de leilões de blocos de petróleo, realizada em maio.
A OGX arrematou 13 blocos sozinha e em parcerias na rodada, oferecendo o pagamento de bônus de cerca de 370 milhões de reais, cujos pagamentos devem ser concluídos até o fim de agosto.
"Eles já pagaram sócios nos blocos em que não são operadores... A expectativa pelos outros (pagamentos) e o DARF (guia de pagamento) ainda não apareceu", disse uma das fontes.
Em evento no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard disse que até o momento não foi informada sobre pagamento pela OGX de bônus da décima primeira rodada.

12ª RODADA
A minuta do edital da 12a rodada, para áreas de exploração de gás, será divulgada na semana que vem, acrescentou a primeira fonte, ligada ao governo.
A principal novidade será a exigência da atuação de uma empresa com experiência em gás não convencional.
A 12ª rodada, prevista para novembro, vai incluir 240 blocos com potencial de gás natural e gás não convencional, que em países como os EUA, é extraído do xisto.

"É o que a gente chama de exploração em Y, ou seja, se descobrir gás convencional a exploração será igual a de outras concessões, mas se for gás não convencional vamos exigir a presença de um operador com experiência no tema, até como garantia de segurança", disse a fonte.
Segundo a fonte, a concessionária --caso não tenha experiência-- poderá fazer uma contrato de prestação de serviço com a empresa especializada na atividade de fraturamento para a exploração do gás não convencional.
A entrada de uma empresa com conhecimento prévio em produção em áreas não convencionais seria exigida apenas a após a confirmação deste tipo de gás, disse a fonte.
A empresa com experiência comprovada pode ser brasileira ou estrangeira, disse a fonte, citando a Petra e a Queiroz Galvão como operadoras com essas características.

Se todos os blocos forem arrematados, a expectativa é de arrecadação de 200 milhões de reais.
"Nosso objetivo não é fazer dinheiro, mas avançar na exploração e conhecer mais o Brasil. O Brasil tem 25 mil poços perfurados e os EUA, só em shale gas (gás de xisto) tem mais de 100 mil", avaliou.

Por Rodrigo Viga Gaier e Sabrina Lorenzi. RIO DE JANEIRO, 26e Ago (Ruters).

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Venda da LLX depende do BNDES

A venda do controle da LLX Logística, do grupo EBX, para o fundo EIG, depende da quitação de um empréstimo ponte no valor de R$ 518,5 milhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), feito para a LLX Açu Operações Portuárias, que vence em setembro.

A venda foi anunciada na semana passada, no valor de R$ 1,3 bilhão. Segundo o banco de fomento, essa é a única dívida direta da empresa de logística de Eike Batista com o BNDES, já que o empréstimo de longo prazo, para substituir o empréstimo ponte, ainda não tinha sido aprovado.

A LLX tem duas opções para viabilizar a operação: o grupo EIG pode fazer a aquisição da empresa com a dívida, ou a LLX quita as dívidas antes. É preciso, ainda, fazer uma anuência para alterar a titularidade do projeto, mas fontes do BNDES asseguram que isso não é problemas, uma vez que o fundo é conhecido no mercado. Quando o grupo alemão E.ON assumiu o controle da MPX, por exemplo, a troca no comando não gerou nenhum problema.

A LLX confirmou que mantém "negociações avançadas" com o BNDES e com o Bradesco para extensão do prazo de pagamento de suas dívidas junto a essas duas instituições. As dívidas de curto prazo com os dois bancos somam R$ 863 milhões. A LLX possui obrigação de R$ 518 milhões junto ao BNDES, originado de contrato de financiamento firmado em março de 2012.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, considerou normal que empresas interessadas no grupo EBX procurem o banco de fomento. "Na medida em que várias empresas têm migrado para novos controladores, nós podemos examinar dentro das regras normais", disse Coutinho, que participou do encerramento do Workshop Integra Brasil, promovido pelas federações de indústrias do Nordeste. "É natural que uma empresa que quer levar adiante um empreendimento de médio e longo prazo pergunte ao BNDES se ela está qualificada. Examinaremos como em qualquer outro caso", acrescentou.

Para Coutinho, dentro do processo de reestruturação das empresas, prorrogar o empréstimo-ponte de R$ 518,5 milhões para LLX não seria um ato extraordinário. O banco já prorrogou um empréstimo-ponte feito à OSX - grupo de construção naval e afretamento de plataformas do grupo EBX - que vencia na semana passada, em 70 dias. O valor do empréstimo é de R$ 418 milhões e vencia na semana passada. "A prorrogação do prazo do empréstimo-ponte é para dar tempo ao processo de reestruturação. É natural", frisou.

No caso do Bradesco, a empresa tem empréstimo de R$ 345 milhões, originado de contrato de financiamento de setembro de 2010. A dívida foi renegociada em agosto de 2012, e possui vencimento em fevereiro de 2014. A companhia também trabalha em nova rolagem para esse montante.

Em horizonte de médio prazo, a LLX possui ainda outro empréstimo com o Bradesco, de R$ 467 milhões, originado de contrato firmado em maio de 2011. Mas essa dívida já foi renegociada em abril de 2013, com prazo estendido por 18 meses. O vencimento atual desse empréstimo, após a rolagem, ficou para outubro de 2014.

Outra empresa do grupo EBX chamou a atenção do mercado ontem foi a MPX. A ações da companhia de energia caíram 4,9% e fecharam a R$ 5,09, surpreendendo alguns analistas, que não enxergavam um motivo aparente que justificasse a reação do mercado. Os papéis estão sendo negociados abaixo do preço de subscrição de R$ 6,45 para o aumento de capital da companhia (atualmente em curso), no valor de R$ 800 milhões.

A analista do banco UBS, Lilyanna Yang, afirmou, em seu relatório, que reduziu o seu preço-alvo para a empresa de energia em R$ 0,50, para R$ 8,5 por ação, devido ao mau desempenho no segundo trimestre. Segundo ela, existe o risco de que as despesas operacionais aumentem acima do previsto, como ocorreu no segundo trimestre. A redução de R$ 0,50 no preço-alvo da ação reflete, em parte, a frustração dos resultados no terceiro trimestre (R$ 0,30) e a formação de um "colchão" para contingências adicionais (R$ 0,20), afirmou.


Fonte: Valor Econômico/Elisa Soares, Alessandra Saraiva e Cláudia Facchini | Do Rio e de São Paulo  *Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore. Ter, 20 de Agosto de 2013 08:02

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Governo pode rever papel da Petrobras no pré-sal

Para reduzir a pressão sobre a Petrobras, o governo avalia duas medidas: mudar a legislação para desobrigar a estatal de ser operadora e de deter pelo menos 30% de cada poço de petróleo do pré-sal e aumentar, ainda que parceladamente, os preços dos combustíveis. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, será consultado e poderá dar a palavra final sobre o reajuste da gasolina e do diesel reivindicado pela Petrobras. O aumento dos derivados só deve ser aprovado se couber no orçamento de inflação deste ou do próximo ano, disse uma fonte qualificada do Palácio do Planalto.
O compromisso do BC é entregar, neste ano, uma variação do IPCA (o índice oficial da inflação) menor que os 5,84% do ano passado e, para 2014, algo abaixo do que for neste ano. E a presidente Dilma Rousseff não quer comprometer esses objetivos. Já a iniciativa de mudar a lei, se for concretizada, não será a tempo de incluir a participação no leilão do campo de Libra, em outubro.
São grandes as pressões da estatal para obter aumento de preços, sobretudo após a mudança de patamar da taxa de câmbio. Sem a correção e com imensa demanda por investimentos, a Petrobras ficará em situação difícil e corre o risco de perder o "grau de investimento" das agências de rating.
A história da inflação no Brasil é rica em exemplos de insucesso nas tentativas de estabelecer controle de preços. Nos anos 1980, também para segurar os reajustes dos combustíveis e a inflação galopante, o governo usou a conta petróleo - mecanismo criado nos anos 60 para equalizar os preços dos derivados no território nacional - para subsidiar a Petrobras, cujos preços eram tabelados. Essa conta chegou a valores gigantescos e só acabou no fim dos anos 90, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, que fechou o "rombo" com a emissão de dívida pública.
Em 2010, a ideia de controlar a inflação represando os reajustes dos combustíveis até parecia boa. Hoje, o governo admite que está em uma armadilha.

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