quinta-feira, 31 de julho de 2008

Monteiro Lobato

A Indústria Brasileira de Petróleo Deveria Reverenciá-lo.

A indústria brasileira de petróleo tem uma grande dívida a saldar com esse ilustre brasileiro que só vem a nossa memória através dos livros do Sítio do Picapau Amarelo ou do personagem Jeca Tatu, esquecendo que os primeiros passos para a profissionalização dessa indústria deram-se pelas pernas do advogado José Renato Monteiro Lobato.
Nascido em Taubaté em Agosto de 1882. Foi nomeado adido comercial em New York pelo presidente Washington Luís em 1927. Desenvolveu uma visão critica sobre a postura que uma nação deve possuir com relação aos seus recursos minerais e assim tornar-se grande. Teve acesso a documentos que demonstrava números do comércio dos Estados Unidos, o que só aumentou essa certeza.
Entendia que o ferro e o petróleo se comparado aos seres humanos corresponderia aos ossos e sangue, portanto elementar para a vida. Uma grande dúvida o consumiu. “Se toda América tem petróleo porque só o Brasil com dimensões continentais não o possui”.
Passou a defender a tese que interesses ocultos estavam por trás dessa “não” descoberta. As grandes empresas, lideradas aqui pela Standard Oil já dominavam o mercado interno brasileiro.
O contexto mundial da época mostrava grande excedente na produção o que por si só já justificava a não procura por novas jazidas e sim por mercados consumidores. Nesse momento o Brasil era um excelente mercado, onde um novo posto de combustível tinha muito mais valor que um poço explotando petróleo.
Com essa política medíocre fomos o último país das Américas a descobrir petróleo. Vale lembrar que até a pequena Ilha de Trindad na América Central tinha produção de óleo.
O início do século XX eram tempos muitos perigosos e coincidentemente as primeiras pessoas no Brasil a envolver-se com petróleo tiveram mortes misteriosas.
Com a revolução de 30 cai o governo vigente e assume Getúlio Vargas que logo em seguida o demite de suas funções de adido comercial e conseqüentemente provocando sua volta ao Brasil. Assume uma postura nacionalista e onde passa informar ao novo governo idéias e caminhos para o desenvolvimento do Brasil através de sua experiência com sua vivência nos EUA.
Cria em 1932 a Companhia Petróleo Nacional. Prospectando inicialmente em Riacho Doce/AL e posteriormente funda também em São Paulo a Companhia Petróleos do Brasil. Indiretamente compra uma briga com a DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) que embora tivesse como meta, da sua criação, o desenvolvimento das prospecções de petróleo no Brasil tinha como lema velado de não perfurar e não deixar ninguém perfurar.
Inúmeras Leis foram criadas para dificultar a vida dessas companhias que com muitas dificuldades sobreviveram. Com o golpe de 1937 um fato chama atenção de Monteiro Lobato e outras pessoas da sociedade, a criação da CNP (Conselho Nacional do Petróleo). Hora-hora! Para que um conselho nacional de um produto que não se disponha até então.
Pontos de vistas diferentes entre Lobato e o Governo torna-o “persona no grata” e começam as perseguições as suas empresas. Agosto de 1936 chega às livrarias O Escândalo do Petróleo, tornando a perseguição também pessoal e que acaba por render-lhe uma detenção e posteriormente uma prisão em 1941, afastando-o definitivamente do mundo do petróleo e gerando uma profunda mágoa. Recusa uma indicação a ABL (Academia Brasileira de Letras) por esta contar em seus quadros com Getúlio Vargas.
Às 4 horas da madrugada do dia 4 de Julho de 1948, vitimado por um derrame morre um dos homens mais honrados, coerentes e injustiçados da história moderna do Brasil.
Leia o livro citado acima, tire suas próprias conclusões e aprenda que só reclamar das coisas que não vão bem não soluciona nada. Devemos nos mexer!!!

André Costa
Tecnólogo e Instrutor de Petróleo e Gás

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