O valor da propina no
âmbito da Petrobras totalizou R$ 6,2 bilhões, segundo o procurador do
Ministério Público Federal (MPF), Deltan Dallagnol. A cifra é a soma de todo
valor pago por empresas para obter benefícios, principalmente no governo
federal.
Mas o procurador afirma que o valor é ampliado se se considerar
que o esquema extrapola o âmbito da petroleira, tendo investigações acerca de
contratos da Caixa Econômica Federal, Eletrobras e dos ministérios da Saúde e
do Planejamento.
O procurador diz que o esquema era liderado pelo ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para que houvesse governabilidade no país. Dallagnol
afirma que, em um país que se vale do presidencialismo de coalizão, o chefe do
Executivo precisa de apoio de outros partidos para aprovar projetos no
Congresso. “O presidente não consegue governar sozinho”, diz.
O procurador diz que, no entanto, no caso do governo de Lula,
tal formato era corrompido. Ele diz que o presidente aceitava indicações para
cargos públicos em troca de apoio e que “as indicações valiam propinas”. O
procurador diz que o ex-presidente da República “tinha papel central no
esquema”.
Dallagnol afirma que sem o aval de Lula os diretores da
Petrobras não teriam capacidade de autorizar as propinas. “Conclusão
inequívoca: Lula era o elo comum entre o esquema partidário e o esquema de
governo”, diz ele sobre o que chama de um esquema criminoso de
“macrocorrupção”, no qual empresas eram cooptadas pelo governo federal para
participar de contratos públicos em troca de propinas.
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