Homenageado na fala do deputado Jair
Bolsonaro (PSC-RJ) durante a votação do processo de impeachment da presidente
Dilma, neste domingo, na Câmara, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra era
um dos militares mais temidos da Ditadura.
Nos anos de chumbo, chefiou o Doi-Codi,
órgão de repressão do 2º Exército, em São Paulo, e foi apontado por dezenas de
perseguidos políticos e familiares de vítimas do regime militar como
responsável por perseguições, tortura e morte de opositores do Golpe de 64.
Ustra era chamado nos porões da ditadura
de “Dr. Tibiriçá”, sendo o único militar brasileiro declarado torturador pela
Justiça. O Dossiê Ditadura, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos
Políticos, relaciona o coronel com 60 casos de mortes e desaparecimentos em São
Paulo.
A Arquidiocese de São Paulo, por meio
do projeto Brasil Nunca Mais, denunciou mais de 500 casos de tortura cometidos
dentro das dependências do Doi-Codi no período em que Ustra era o comandante,
de 1970 a 1974.
Em agosto de 2015, o Ministério Público
Federal (MPF) ofereceu denúncia contra Ustra pela morte do militante comunista
Carlos Nicolau Danielli, sequestrado e torturado nas dependências do Doi-Codi,
em dezembro de 1972, mas não houve tempo para que respondesse pela acusação. Em
outubro daquele ano, o coronel Ustra, de 83 anos, morreu na UTI do Hospital
Santa Helena, em Brasília. Ele sofria de câncer na próstata.
Conhecido por exaltar como heróis
militares acusados de crimes na Ditadura, o deputado Jair Bolsonaro terminou o
seu discurso citando o coronel Ustra, antes de dar o seu voto favorável ao
impeachment: “Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor
de Dilma Rousseff’’.
Um comentário:
Viva a Democracia!! Onde todos se acham no direito de falar o que deseja.
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