O ministro
da Justiça, Alexandre de Moraes, teceu críticas à aprovação pelo plenário da
Câmara do item sobre abuso de autoridade no pacote anticorrupção. Moraes, no
entanto, também considerou “extremamente exagerada” a reação de membros da
força-tarefa da Operação Lava Jato.
“Eu
pessoalmente não concordo com um único ponto e porque isso sai da questão de
discricionalidade e acaba sendo uma questão de constitucionalidade. Qualquer
punição à questão interpretativa, de hermenêutica, se for aprovado, é inconstitucional
porque isso pode afetar a independência do Ministério Público ou do Poder
Judiciário”, declarou após participar de uma audiência pública na Câmara.
Ex-membro
do Ministério Público paulista, Moraes lembrou que o MP elabora ações com base
em indícios e que, ao longo do processo, busca provas para embasar uma eventual
condenação. “Se eventualmente ele (promotor) não obtém prova, não pode ser
penalizado por isso”, concluiu. “Da mesma forma que um magistrado sentencia, se
há reforma no segundo grau, como ele pode ser penalizado por isso? Senão não
havia necessidade de segundo grau. Um desembargador, no segundo grau, se tiver
reformada sua decisão pelos tribunais superiores, também vai ser penalizado?
Isso é uma questão de interpretação, que é diferente se houver comprovação de
dolo, de intenção de prejudicar (…) Isso é crime, mas já é possível punir
hoje”, completou.
O ministro
afirmou que várias questões poderiam ser incluídas no pacote, mas reconheceu a
independência do Legislativo para opinar sobre a matéria. “Tenho absoluta
certeza que o Congresso não vai aprovar nada que fira a independência funcional
e a liberdade de interpretação dos membros do MP e dos magistrados”, disse.
Exagero
Questionado
sobre a reação dos procuradores da Operação Lava Jato após a votação na Câmara,
Moraes classificou de “extremamente exagerada”. “Os membros do Ministério
Público e os magistrados são agentes do Estado, não é uma coisa pessoal. A Lava
Jato vem fazendo um trabalho brilhante, eu faço questão sempre de reiterar isso”,
respondeu, destacando que a operação é o “maior símbolo de eficácia e
eficiência do combate à corrupção”.
“Por mais
importante que sejam os membros de uma instituição, quando eles falam, falam
pela instituição. Acredito que tenha sido uma manifestação no calor dos fatos,
mas é uma manifestação que não combina com o Ministério Público”, emendou. O
ministro disse acreditar que procuradores já estejam arrependidos da declaração
porque ela não pode “manchar o belíssimo trabalho” da Lava Jato.
Moraes
descartou a possibilidade do Executivo intervir na crise institucional entre
Legislativo e Judiciário. “Não há nenhuma necessidade do Executivo se envolver
nisso porque hoje isso está no âmbito do Poder Legislativo”, comentou. Sobre os
protestos desta semana em Brasília, o ministro explicou que as investigações
seguirão aos cuidados da Polícia do Distrito Federal.
Parabéns!!! Brasil. Permitir que quem faça as leis... se beneficiarem delas. Moraes...Você é um lixo! e não representa ninguém a não ser esse "gorverninho"
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