terça-feira, 7 de junho de 2016

PARALISAÇÃO DAS ATIVIDADES NO ESTALEIRO INHAÚMA COMPLETA TRÊS DIAS

O Estaleiro Inhaúma, situado no bairro do Caju, no Rio de Janeiro (RJ), paralisou suas atividades na última terça-feira (31). Os trabalhadores reivindicam a PLR (participação de lucros e resultados) que deveria ter sido paga até o dia 30 de maio e também buscam soluções para problemas internos. Com muitas incertezas, eles dizem que não sabem ao certo se a Enseada Indústria Naval demitirá todos os funcionários e temem que o estaleiro feche as portas e fique sem honrar os compromissos trabalhistas. Atualmente, há cerca de três mil trabalhadores atuando nessas obras, de acordo com a Petrobras.
Procurada pela Portos e Navios, a Enseada explicou que não pode fornecer informações sobre sua atuação no Estaleiro Inhaúma devido a cláusulas do contrato de conversões de plataformas com a Petrobras. Em nota, o diretor de relações institucionais e de sustentabilidade da Enseada, Humberto Rangel, ressaltou que "as tratativas com o sindicato dos trabalhadores vêm sendo conduzidas no sentido de convergir para um entendimento definitivo e propiciar o retorno imediato às atividades".
A Petrobras confirmou que as atividades da Enseada no estaleiro Inhaúma foram paralisadas em função de manifestação de seus funcionários. A estatal ressalta que as relações trabalhistas entre as empresas contratadas e seus empregados dizem respeito à Enseada. “É de responsabilidade da Enseada Indústria Naval a admissão, relocação ou demissão da sua força de trabalho, não cabendo à Petrobras qualquer posicionamento a respeito”, responde a companhia. 
O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal) argumenta que a PLR é um direito dos trabalhadores, que já executaram as obras e agora querem receber o que lhes é de direito. "Os funcionários da Enseada continuam em greve para garantir o pagamento da PLR. Nesses dias, a direção do sindicato tem feito assembleias com os trabalhadores na porta do estaleiro e negociado com a empresa uma solução para o caso", informou o sindicato em nota. Além do pagamento da PLR, o Sindimetal defende a manutenção do emprego dos trabalhadores envolvidos com as atividades no Inhaúma.
Em 2015, a Enseada reduziu a força de trabalho nas obras de conversão dos navios em FPSOs que estavam sendo feitas no estaleiro Inhaúma e colocou dois mil trabalhadores de férias, até que chegasse a um novo acordo com a Petrobras. Segundo a estatal, foi estabelecido um acordo na ocasião que permitiu o avanço das obras e manteve a força de trabalho mobilizada.
O estaleiro Inhaúma tem em carteira os projetos de conversão dos cascos das plataformas P-74 e P-76. A próxima fase dessas obras é a integração do casco aos módulos de processo, o que ocorrerá no estaleiro EBR, em Rio Grande, no caso da P-74, e nas instalações do consórcio TTP, no Pontal do Paraná, no caso da P-76. “As datas de conclusão da construção de cada unidade serão estabelecidas no plano de negócios e gestão 2016-2020 da Petrobras, a ser divulgado em breve”, informa a companhia.
Por Danilo Oliveira
(Da Redação - Portos & Navios)

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