No curto prazo, a perspectiva é neutra
para os preços da VALE PNA . Existe, entretanto, uma grande chance de
movimentações mais explosivas para os preços caso ocorra o rompimento dos
patamares mais próximos de suporte e resistência, localizados respectivamente
em 11,00 e 12,00 conforme demonstrado pelas linhas verde e vermelha no gráfico
abaixo.
Este cenário é acarretado
pelo processo de acumulo de forças observado nos últimos pregões, que está
sendo causado pela queda na volatilidade dos preços. Com isso, o rompimento do
suporte ou da resistência descritos acima, poderia ser o estopim para a liberação
da força acumulada durante o processo congestivo e consequentemente a
ocorrência de movimentações mais amplas para os preços.
No caso de desrespeito do
suporte, a possibilidade maior seria de aceleração da tendência de baixa,
enquanto o rompimento da resistência poderia ocasionar uma forte valorização da
ação com possível reversão da tendência de baixa de médio prazo.
A magnitude da força
acumulada, pode ser observada pela forte contração das Bandas de Bollinger,
identificadas pelas linhas cinzas no gráfico abaixo.
Já no médio prazo (de 5
dias a 3 meses), a tendência para a empresa ainda é de continuação das quedas,
conforme apontado pela formação de topos e fundos descendentes para os preços
da VALE5 no gráfico diário, pelas médias móveis negativamente inclinadas e pelo
volume financeiro maior nos dias de queda, conforme pode ser observado pelo
indicador de Acumulação/Distribuição.
A Vale é uma das três
maiores mineradoras do mundo e tem um dos maiores valores de mercado entre as
companhias brasileiras. São mais de 400.000 acionistas em todos os cinco
continentes. A empresa é a maior produtora mundial de minério de ferro e
pelotas, a segunda maior produtora de níquel e também produz manganês, ferro
ligas, carvão térmico e metalúrgico, cobre, cobalto e fertilizantes.
Atualmente, as ações da Vale são negociadas na BM&FBovespa, na bolsa de
Nova Iorque, na bolsa de Paris e no mercado acionário de Hong Kong.
Pontos Positivos:
·
A Vale tem de classificação de investment grade pela S&P, Fitch,
Moody e também pela Dominion Bond Rating Service. A visão de segurança em
relação à companhia favorece captação de recursos a taxas mais atrativas e para
prazos mais longos
·
O minério de ferro extraído pela Vale é considerado de alta qualidade e
a companhia tem grande volume de reservas inexploradas
·
Presença global da companhia, que mantém operações de extração em vários
continentes tem papel central na mitigação de seu risco geográfico
·
A divisão de fertilizantes da mineradora tem apresentado bom ritmo de
expansão e contribuiu para diversificação de suas fontes de receita
Pontos negativos:
·
A redução no ritmo de expansão da economia chinesa tem impacto direto
sobre as cotações do minério de ferro que responde por quase 70% da receita
total da companhia
·
Os produtos da companhia são considerados commodities e têm seu preço
pouco influenciado pela atuação da empresa e efetivamente determinados pelo
mercado
·
Há grande pressão para que a CFEM (Compensação Financeira pela
Exploração de Recursos Minerais) seja aumentada o que pode pressionar as
margens da companhia bem como a competitividade do minério brasileiro no
mercado mundial
Visão dos analistas:
O Ambiente de negócios da
Vale vem sendo marcado por forte pressão associada à queda dos preços do
minério de ferro que são o principal produto da companhia. Com a redução no
ritmo de crescimento da economia chinesa, as cotações do mineral atingiram
sucessivas mínimas e têm trazido impactos às ações da empresa. Esse contexto, associado
ao período tipicamente menos movimentado (primeiro trimestre) se mostrou um
desafio para companhia. Após uma perda de mais de R$ 9 bilhões de reais nos
três primeiros meses de 2015, a Vale anunciou um mix de redução de
investimentos e venda de ativos como forma de enfrentar a situação com
liquidez.
A
diretoria da Vale optou por conduzir novos projetos de forma mais conservadora
como forma de preservar sua solidez durante um momento de adversidade.
Ao
mesmo tempo em que as cotações do minério foram desfavoráveis, o impacto do
câmbio também não ajudou. Ficou claro que, no atual panorama de preços das
commodities que a Vale negocia, o dólar em alta tem impacto negativo, pois
afeta mais a dívida da companhia (grande parte em dólar) do que suas receitas.
Essa situação se agravou a tal ponto que chegou a questionar se serão mantidos
os níveis que a Vale tem acordado com seus credores de relação dívida
líquida/EBTIDA.
Na
operação de Moatize, a queda na cotação do carvão também afetou a Vale. Com
isso, a operação teve EBTIDA negativo que também pode ser atribuído à falta de
capacidade da ferrovia e de porto no local, o que atrapalha a adequada
exploração desse ativo já que impõe restrições logísticas.
Apesar
do cenário desfavorável (e sem perspectiva imediata de melhora) em relação ao
minério, entendemos que a Vale é uma empresa que tem uma gestão de alta
qualidade e uma base de ativos que tem o potencial de continuar gerando alto
valor a seus acionistas ao longo dos anos. Nesse sentido, mesmo diante do cenário
vislumbrado e comentados ao longo deste relatório, vemos cenário favorável para
suas ações. Especialmente, temos essa visão vez que avaliamos que seus
múltiplos extremamente descontados em relação à média histórica têm espaço para
ajuste positivo. Para os investidores interessados em manter os papéis da
mineradora em carteira, consideramos também atrativa a adoção de estratégias de
proteção do capital através do uso de derivativos ou o aluguel dos papéis uma
vez que a posição se trataria de uma aplicação com horizonte de vários anos.
fonte:Toro Radar
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