O presidente interino da Petrobras,
Pedro Parente, mostra má-fé e hipocrisia ao dizer que não defende a
privatização da companhia, afirmam os petroleiros, para quem o executivo está
"esquartejando" a estatal; "Sob o seu comando, a Petrobras está
sendo esquartejada, com ativos valiosos em processo de liquidação, como malhas
de gasodutos, termoelétricas, terminais de gás natural, campos de produção de
petróleo, fábricas de fertilizantes, além de subsidiárias como a BR Distribuidora,
a Liquigás e a Transpetro", diz, em nota, a Federação Única dos
Petroleiros (FUP).
RBA -
O presidente interino da Petrobras, Pedro Parente, mostra má-fé e hipocrisia ao
dizer que não defende a privatização da companhia, afirmam os petroleiros, para
quem o executivo está "esquartejando" a estatal. "Sob o seu
comando, a Petrobras está sendo esquartejada, com ativos valiosos em processo
de liquidação, como malhas de gasodutos, termoelétricas, terminais de gás
natural, campos de produção de petróleo, fábricas de fertilizantes, além de
subsidiárias como a BR Distribuidora, a Liquigás e a Transpetro", diz, em
nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
No documento, a entidade comenta
entrevista de Parente ao jornal Folha de S. Paulo, na edição de ontem (18).
Para a FUP, o presidente interino "tentou dourar a pílula do desmonte que
está em curso na estatal". "Hipocritamente, declarou que não defende
a privatização da empresa, mas é a favor do controle compartilhado com o setor
privado, o que chama de 'cocontrole'", acrescenta a federação.
"Como preservar a empresa
verticalizada se ele está quebrando a integração do Sistema? Que nome damos a
isso, se não privatização?", questiona a entidade, chamado de
"lorota" a afirmação sobre "cocontrole": "Nada mais é
do que dilapidar o patrimônio da Petrobras, entregando nas mãos do sócio
privado o destino de investimentos que são estratégicos para o Estado".
Além disso, aponta a FUP, trata-se de uma política implementada em outro
período. "Esse modelo já foi testado no governo FHC, quando Pedro Parente,
então ministro da Casa Civil e conselheiro da estatal, autorizou a venda de 30%
da Refap para a Repsol, que já havia comprado a YPF, a petroleira estatal
argentina."
O resultado, diz a FUP, foi um
fiasco. "Por conta do tal controle compartilhado, a Petrobras ficou anos a
fio refém dos interesses do sócio minoritário, que, vetava qualquer tipo de
investimento que não tivesse retorno financeiro imediato, como, por exemplo, as
obras para adequar as unidades da refinaria às exigências da legislação
ambiental. Essa sangria só teve fim quando a Refap voltou a ser 100% Petrobras,
em dezembro de 2010."
A entidade afirma que Parente
"sabe muito bem" que seu papel não é defender os interesses
estratégicos da empresa, mas prepará-la para "atender aos interesses
econômicos dos setores que apoiaram o golpe". Por isso, ele afirma na
entrevista que o modelo de partilha é o menos favorável para as empresas.
"Quem Pedro Parente representa? A Petrobras ou as suas concorrentes? Um
gestor que abre mão de 30% de participação garantida nos campos do Pré-Sal
definitivamente não tem qualquer compromisso com os interesses estratégicos da
empresa que comanda."
Leia a íntegra da nota da FUP.
PEDRO PARENTE, O MERCADOR
Em entrevista de página inteira à Folha de São Paulo na segunda-feira, 18, o
presidente interino da Petrobrás, Pedro Parente, tentou dourar a pílula do
desmonte que está em curso na estatal. Hipocritamente, declarou que não defende
a privatização da empresa, mas é a favor do controle compartilhado com o setor
privado, o que chama de “cocontrole”. Disse ainda que irá preservar a empresa
verticalizada e os seus interesses estratégicos.
Não precisa ser especialista no setor para perceber a má fé de Pedro Parente.
Sob o seu comando, a Petrobrás está sendo esquartejada, com ativos valiosos em
processo de liquidação, como malhas de gasodutos, termoelétricas, terminais de
gás natural, campos de produção de petróleo, fábricas de fertilizantes, além de
subsidiárias como a BR Distribuidora, a Liquigás e a Transpetro.
Como preservar a empresa verticalizada se ele está quebrando a integração do
Sistema? Que nome damos a isso, se não privatização? Essa lorota de
“cocontrole” nada mais é do que dilapidar o patrimônio da Petrobrás, entregando
nas mãos do sócio privado o destino de investimentos que são estratégicos para
o Estado. Esse modelo já foi testado no governo FHC, quando Pedro Parente,
então ministro da Casa Civil e conselheiro da estatal, autorizou a venda de 30%
da Refap para a Repsol, que já havia comprado a YPF, a petroleira estatal
argentina.
O resultado foi um fiasco. Por conta do tal controle compartilhado, a Petrobrás
ficou anos a fio refém dos interesses do sócio minoritário, que, vetava
qualquer tipo de investimento que não tivesse retorno financeiro imediato,
como, por exemplo, as obras para adequar as unidades da refinaria às exigências
da legislação ambiental. Essa sangria só teve fim quando a Refap voltou a ser
100% Petrobrás, em dezembro de 2010.
Pedro Parente sabe muito bem que seu papel não é defender os interesses
estratégicos da Petrobrás, como disse na entrevista. Sua função é preparar a
companhia para atender aos interesses econômicos dos setores que apoiaram o
golpe. Por isso é contra a Petrobrás ser a operadora do Pré-Sal. Na entrevista
à Folha, ele chegou a afirmar que o modelo de partilha é “o menos favorável
para as empresas”. Como assim? Quem Pedro Parente representa? A Petrobrás ou as
suas concorrentes? Um gestor que abre mão de 30% de participação garantida nos
campos do Pré-Sal definitivamente não tem qualquer compromisso com os interesses
estratégicos da empresa que comanda.
As multinacionais querem abocanhar a maior reserva de petróleo do planeta
todinha para elas, sem partilhar nada com o Estado ou com o povo brasileiro. E
para isso contam com a ajuda de Pedro Parente, cuja missão é transformar a
Petrobrás em uma empresa a serviço do mercado internacional e não dos
interesses do país. É o caso, por exemplo, da política de conteúdo nacional,
que ele diz na entrevista que precisa ser revista.
Quando Pedro Parente participou do governo FHC, as plataformas e equipamentos
da Petrobrás eram encomendados no exterior. Em 2003, os contratos da empresa
com os estaleiros brasileiros eram para apenas dois módulos de FPSO. Dez anos
depois, a indústria naval tinha sob encomenda da estatal 08 cascos de navios,
04 conversões de cascos, 16 módulos de FPSO, 28 sondas e 40 navios.
A política de conteúdo nacional foi fundamental para alavancar a indústria
brasileira e a economia do país, gerando empregos e investimentos no mercado
interno e não no exterior, como defende Pedro Parente. Os números falam por si
só. Os empregos da cadeia produtiva da indústria de petróleo se multiplicaram,
só no setor naval aumentou em 26 vezes, saindo de 3 mil trabalhadores para 78
mil. Os reflexos sobre a economia foram imediatos: em 2003, os investimentos do
setor representavam 3% do PIB, dez anos depois passaram a ser 13%.
É disso que se trata o golpe em curso no país e na Petrobrás. A missão de Pedro
Parente é retomar o modelo econômico ultraliberal dos anos 90, focado nas
privatizações, na redução do Estado, na flexibilização de direitos e na
lucratividade do capital estrangeiro. O Pré-Sal e os ativos da Petrobrás são a
moeda de troca do golpe. E Pedro Parente, o mercador.
NOTA: André Costa: O que vocês esperavam de um governo desse? Podia entra para história, mas vão preferir ficarem ricos, assim como todos os antecessores. Não estão fazendo nada de diferente. Antes de ser presidente... Quem era Collor? Quem era Sarney? Quem era Fernando Henrique? Quem era Lula? e Quer era Dilma?? Vamos trabalhar que é melhor.