SÃO PAULO - Todas as brechas para provar que a Petrobras é uma
empresa íntegra e que foi um pequeno grupo de corruptores que fez mal à empresa
estão sendo aproveitadas, afirmou nesta terça-feira, 19, o diretor executivo de
Governança, Risco e Conformidade da estatal, João Elek. "Queremos nos
deixar conhecer para ganhar a confiança do nosso público estratégico depois de
passada a má experiência, em que a empresa foi vitimada por empresas envolvidas
em esquema de corrupção", disse em apresentação em mais um evento dos
Fóruns Estadão, sobre Governança Corporativa.
Nesse sentido, a Petrobras avalia aderir ao Programa de
Governança das Estatais lançado no ano passado pela BM&FBovespa, que surgiu
em meio aos questionamentos sobre a credibilidade e ingerência dessas
companhias. A adesão é voluntária e até aqui nenhuma estatal entrou para o
programa. "Estamos avaliando se nos enquadramos e o que seria necessário
para fazer a adesão para trilhar um caminho mais transparente do que
hoje", destacou.
Internamente, Elek diz que uma das mudanças que pode ser notada
é o reperfilamento do seu Conselho de Administração, com nomes diferentes dos
vistos antigamente, caracterizados por escolhas de perfil político. Ainda no
conselho, o executivo conta que foram criados comitês, os quais, segundo ele,
são muito ativos hoje. "Eles orientam para assuntos importantes para a
Petrobras", disse.
O diretor de governança da Petrobras disse que os processos na
companhia foram uniformizados e que uma das mudanças, com o objetivo de evitar
más condutas, é que deixaram de existir "assinaturas
individualizadas". Isso significa que em um processo decisório, mais de
uma pessoa deve ser o responsável pela aprovação.
Outra medida para ampliar o nível de transparência da empresa
foi terceirizar o canal de denúncia, para trazer mais conforto aos funcionários
em utilizar esse instrumento.
Por conta do fato de ter estado envolvida em esquemas de
corrupção envolvendo fornecedores, Elek disse que a diligência cresceu e que há
um processo a ser seguido pelas empresas que querem fazer parte da rede de
fornecedores da companhia.
Também ele destaca que vem sendo aprimorada a política de
consequências. "Quando há desvios de valores e procedimentos, é preciso
ter punição de acordo com a gravidade da infração. Assim, purificamos a base, e
isso vai do topo até o chão da fábrica", disse.
Estadão Conteúdo
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