Comandada por três delegados da PF, a
equipe de investigação tem a convicção sobre esquema criminoso de indicações
política em cargos chaves do Ministério da Agricultura
Comandada por três delegados da PF,
em Curitiba, a equipe da Carne Fraca tem a convicção de ter descoberto um
esquema criminoso de indicações políticas
Esse país é uma piada!!! Os Policiais fazendo seu trabalho e "neguinho" criticando. Então é melhor fechar a polícia e deixar todo mundo fazer putaria.
A Polícia Federal considera
ter reunido elementos para indiciar na próxima semana os 37 alvos da Operação Carne Fraca, por supostos crimes de
corrupção, advocacia administrativa e fraudes em fiscalizações federais e vai
individualizar os apontamentos de supostos crimes à saúde pública e contra o
consumidor.
Os investigados são
funcionários do Ministério da Agricultura, executivos e donos de frigoríficos e
empresas de alimentos processados, entre elas, nomes da JBS e da BRF, alvos das
prisões e buscas do dia 17 de março, realizadas em 7 estados: São Paulo,
Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e
Goiás.
Comandada por três
delegados da PF, em Curitiba, a equipe da Carne Fraca tem a convicção de ter
descoberto um esquema criminoso de indicações políticas, em cargos chaves do
Ministério da Agricultura, em especial no Paraná e Goiás, que tinha como
contrapartida a obrigação de arrecadar propinas para partidos como PMDB, PP e PDT com empresários do setor de carnes e
embutidos.
O delegado Maurício
Moscardi Grillo - que trabalha junto com os delegados Roberto Biasoli e William
Tito - iniciou o relatório parcial de indiciamento dos alvos para apresentar ao
juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal, em Curitiba, até o
dia 17 - dos alvos, 26 estão presos preventivamente.
Os policiais
trabalham na conclusão do cruzamento de dados das quebras de sigilos bancários
e fiscais dos investigados - ainda não tornadas públicas - e dos 13 mil grampos
telefônicos e telemáticos feitos em 2016, com o material apreendido nas buscas
São 195 malotes carregados de documentos, agendas, anotações, provas que estão
sob análise.
O relatório de indiciamento
dos alvos deve trazer, entre outros elementos, as análises de alimentos
produzidas pelo Ministério da Agricultura, nas 21 empresas alvos da Carne
Fraca, que apontam adulteração em produtos, bem como os grampos que revelam
tratativas dos empresários com os fiscais para liberar cargas de produtos
enviados para China, Espanha e Itália.
Corrupção sistêmica
A suspeita da
polícia é que o esquema descoberto envolvendo fiscais do Paraná, Goiás e Minas
Gerais, pode ter sido espelhado nas demais superintendências do Ministério da
Agricultura, nos Estados, e nos serviços de inspeção de produtos de origem
animal (Sipoas). Nas duas últimas semanas foram ouvidos depoimentos de
produtores rurais, agentes públicos e outras testemunhas que indicaram nomes de
fiscais, políticos que seriam os responsáveis por suas indicações e fatos
específicos de fraudes. O material será enviado aos Estados de origem dos
fatos, para abertura de novas investigações.
"É como se
fosse uma Lava Jato da área de Agricultura", afirmou um investigador, com
acesso aos inquéritos. O ex-superintendente do Ministério da Agricultura no
Paraná Daniel Gonçalves Filho, apontado na Carne Fraca como um dos líderes do
esquema e preso desde o dia 17, iniciou negociação com a polícia para fazer um
acordo de delação premiada e pode ampliar o foco da Carne Fraca
Sob ataque
O impacto da
operação no mercado internacional, decorrente da forma como ela foi divulgada
no dia da deflagração, provocaram um efeito devastador nas vendas de carnes e
embutidos nacionais. Nas últimas duas semanas, as exportações despencaram,
fruto de embargos dos países compradores, o consumidor nacional ficou apavorado
e governo e setor produtivo reagiram duramente.
Em 12 anos de
Polícia Federal, o delegado Maurício Moscardi vive seu momento de maior tensão
da carreira. Desde o dia em que comandou a deflagração da Carne Fraca, ele
virou o principal alvo dos ataques contra a operação, inclusive de entidades de
classe da polícia.
Fuzilado
publicamente por ter gerado prejuízos - ainda incalculáveis - à cadeia
produtiva de carnes e embutidos do Brasil, Moscardi fechou a porta da sala 211,
no segundo andar da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, para a
imprensa. Tem evitado atender jornalistas e vira as noites acordado para
concluir o relatório de indiciamento dos alvos - três deles ligados a BRF e JBS.
Os bloqueios
internacionais à carne brasileira anunciados nos quatro cantos do hemisfério
fizeram o presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Agricultura,
Blairo Maggi, acusarem publicamente a PF de erros na condução da operação.
Coordenador da Carne Fraca e também um dos cabeças da Operação Lava Jato, não é
a primeira vez que o delegado vira alvo de ataques.
Em 2013, ele
conduziu a Operação G7, deflagrada no Acre, que levou para cadeia empresários e
pessoas do governo do Estado ligados ao governador Tião Viana (PT). No
escândalo Petrobrás, ele também foi alvo de dossiê que o acusava de agir
politicamente contra o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto com
outros delegados da força-tarefa.
A interlocutores
próximos, Moscardi tem dito que a conclusão do inquérito provará que há riscos
decorrentes da corrupção que a Carne Fraca investiga, no Ministério da
Agricultura. E que houve falha na interpretação da imprensa sobre as afirmações
que fez sobre uso de papelão nas linhas de produção das empresas alimentícias,
uso de substâncias cancerígenas se aplicas em altas doses e sobre os riscos à
saúde. E tem negado erros nas investigações.
Em palestra na
última semana, o delegado falou sobre os ataques. "Críticas virão, mas
devemos ter foco no trabalho. Meu trabalho visa atender à coletividade e a
sociedade como um todo. Não são fáceis as críticas, mas tenham a certeza que
trabalharei sempre para melhorar nosso País. Se precisar ser criticado muitas
vezes mas tiver a certeza que a vida dos brasileiros irá melhorar, continuarei
neste caminho. Aprender a lidar com críticas faz parte do jogo."
Defensiva
A JBS informou, por
meio de assessoria de imprensa, que "opera de acordo com a legislação e
mantém rígidos padrões e processos para garantir a qualidade dos seus
produtos" e que "não compactua com qualquer desvio de conduta de seus
funcionários e tomará as medidas cabíveis".
A BRF informou que
"não compactua com práticas ilícitas. "Ao ser informada da operação
da PF, a companhia tomou imediatamente as medidas necessárias para a apuração
dos fatos. Essa apuração será realizada de maneira independente e caso seja
verificado qualquer ato incompatível com a legislação vigente, a BRF tomará as
medidas cabíveis e com o rigor necessário". Informou ainda que "todas
as medidas tomadas pela empresa e seus técnicos estão plenamente de acordo com
os mais elevados níveis de governança e compliance e de forma nenhuma ferem
qualquer preceito ético ou legal do Brasil e dos países para os quais ela
exporta seus produtos".
O PMDB afirmou que
não autoriza ninguém a falar em nome do partido e que está à disposição da
justiça para qualquer esclarecimento.
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