A holandesa SBM Offshore já negociou com as autoridades brasileiras, prometeu ressarcir a Petrobrás e pagar multas no País, mas até agora não conseguiu o aval para a assinatura do acordo de leniência. Enquanto isso, segue interessada em novos negócios no Brasil, mas ainda depende da aprovação das entidades envolvidas nas investigações para voltar a pensar em novos contratos.
“Podemos participar das licitações, mas não podemos vencer”, afirmou o diretor global de governança e compliance da SBM, Eric Lagendijk, em entrevista ao jornal Valor Econômico, completando: “Se não podemos vencer, é difícil jogar”.
As investigações da Lava Jato apontaram que a empresa holandesa pagou US$ 42 milhões em propinas, entre 1997 e 2012, a pessoas ligadas a licitações de plataformas da Petrobrás, para obtenção de informações privilegiadas.
Após negociações com o Ministério Público, a SBM se comprometeu a pagar US$ 328 milhões em indenizações e multas, sendo US$ 149,2 milhões em dinheiro à Petrobrás, US$ 6,8 milhões ao Ministério Público Federal, US$ 6,8 milhões ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e o restante em redução de 95% de pagamentos futuros de bônus em contratos com a estatal.
No entanto, apesar da assinatura do acordo de leniência em julho de 2016 com o Ministério a Transparência, Fiscalização e Controle, em setembro a Câmara de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal decidiu não homologar o acordo, alegando falhas, como a falta de informações importantes para a continuidade das investigações.
De lá para cá, a SBM vem aguardando algum avanço na negociação com as autoridades brasileiras, mas ainda não teve sinal de desfecho para o caso, que pode inviabilizar a participação da empresa holandesa na concorrência dos FPSOs de Libra e Sépia, os próximos do cronograma da Petrobrás.
“Queremos estar em novos negócios. (…) Não posso imaginar que não vamos resolver”, afirmou Lagendijk ao jornal.
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