02/10/2009
13h50min
Candidatura de Madri ficou em segundo lugar
Pela primeira vez na história, o Brasil e a América do Sul receberão os Jogos Olímpicos. Após três rodadas de votação do Comitê Olímpico Internacional (COI), no início da tarde desta sexta-feira (horário de Brasília), em Copenhague, na Dinamarca, a cidade do Rio de Janeiro foi anunciada como sede da Olimpíada de 2016. Em segundo lugar, ficou a candidatura de Madri. Em seguida, será assinado o contrato entre o COI e a cidade ganhadora. Depois, as duas partes darão uma entrevista coletiva.
Na primeira rodada de votação, pouco depois das 12h, Chicago teve o pior desempenho e foi eliminada, decepcionando quem esperava melhor sorte da cidade defendida pessoalmente por Barack Obama. Na segunda sessão, Tóquio ficou de fora. A terceira rodada foi realizada logo em seguida, mas o resultado foi mantido em sigilo por uma hora e revelado somente em uma cerimônia especial. Às 13h50min, saiu o anúncio muito festejado neste momento por milhares de pessoas na praia de Copacabana.
Finalistas apostaram na emoção
De todas as apresentações, justamente a do Rio e a de Madri — as duas últimas a serem feitas — foram as mais emotivas. As candidaturas eliminadas primeiro foram as mais pragmáticas. Apenas a primeira-dama americana Michelle Obama, que falou com muita emoção sobre a sua cidade natal, mexeu com o sentimento dos jurados. Barack, por sua vez, deu um discurso rápido e deixou a Dinamarca antes mesmo do anúncio do resultado, após ficar apenas cinco horas no país.
Pela delegação brasileira, por exemplo, o primeiro a falar, pouco depois das 7h (horário de Brasília), foi João Havelange. O patrono da campanha e decano do COI recebeu aplausos ao convidar a todos para uma Olimpíada em sua cidade no ano do seu centésimo aniversário. O Rio de Janeiro apostou em imagens de forte valor emocional e valorizando as belezas naturais da capital fluminense, além de um gráfico mostrando que a América do Sul nunca recebeu uma edição dos Jogos Olímpicos, ao contrário dos demais continentes.
O presidente Lula, com toda sua popularidade internacional, também deu um discurso com apelo sentimental.
— Para os outros, será apenas mais uma Olimpíada. Para nós, será uma oportunidade sem igual. É um continente que nunca recebeu os Jogos Olímpicos. Chegou a hora de corrigir esse desequilíbrio.
Adversário de peso
Pois está corrigido. Mesmo com a forte concorrência da capital espanhola, que levou a Copenhague o rei Juan Carlos, o presidente José Luis Zapatero, o presidente de honra do COI, Juan Antonio Samaranch, e diversos atletas, incluindo o eterno capitão do Real Madrid, Raul González. A delegação apostou na forte mobilização popular — com imagens das milhares de pessoas reunidas formando um mosaico humano — e na inigualável infra-estrutura previamente pronta. Segundo dado anunciado pelo próprio rei, 77% da estrutura necessária para sediar uma edição dos Jogos já está construída.
Porém, quando restaram apenas Rio e Madri, foi difícil conter o entusiasmo dos brasileiros. Dificilmente o COI escolheria outra cidade europeia para suceder Londres. Até porque muitos integrantes do júri representam cidades da Europa que podem pretender sediar os Jogos de 2020 e sabem que três edições consecutivas no mesmo continente seria algo impensável.
Até o presidente Lula foi chamado no hotel e voltou para o local do evento e estava presente para ouvir o esperado anúncio do presidente do COI, Jacques Rogge, que confirmou as expectativas. Na cerimônia de encerramento dos Jogos de 2012, o mundo já terá uma prévia do que verá no Rio de Janeiro, na primeira Olimpíada da história do continente.
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