Empresas brasileiras ficaram de fora devido aos
desdobramentos da Lava Jato. Obra era da Queiroz Galvão, mas foi paralisada em
2015 e será retomada.
Para retomar as obras de construção da unidade de
processamento de gás natural (UPGN) do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro
(Comperj), a Petrobras convidou 30 empresas para participarem da licitação.
Todas são estrangeiras. Segundo afirmou o presidente da estatal nesta
quarta-feira (11), a companhia não faz distinção entre empresas estrangeiras e
nacionais. Entretanto, em função dos desdobramentos da Operação Lava Jato, as
grandes construtoras brasileiras estão impedidas de participar de concorrências
da companhia.
Foi justamente por causa da operação
policial que as obras foram interrompidas, em 2015. Elas estavam a cargo da
Queiroz Galvão, uma das empresas alvo das investigações, que decidiu quebrar o
contrato alegando que o valor firmado com a estatal não seria suficiente para
cobrir os custos.
Segundo Parente, os convites para a
licitação foram enviados na primeira semana de janeiro. Questionado sobre por
que a estatal não quis convidar empresas brasileiras, ela afirmou que a
Petrobras não tem qualquer restrição contra elas, mas que o impedimento parte
dos órgãos federais em relação às grandes construtoras do país, todas
investigadas na Lava Jato.
“Se essas empresas não estivessem
impedidas, elas estariam sendo convidadas. Agora, existe um processo onde essas
empresas se habilitam novamente a participar do processo de concorrências da
Petrobras”, afirmou Parente.
Para se reabilitar a participar de
licitações da petroleira, as empresas precisam seguir uma série de medidas,
dentre as quais estabelecer mecanismos internos de compliance e controle de
processos.
“Na medida em que elas forem
completando estas ações e firmarem os seus acordos com as autoridades federais
a respeito deste processo certamente elas estarão novamente em condições de
participar de nossas licitações”, disse o presidente da Petrobras.
Parente rebateu as críticas de que a
companhia estaria favorecendo empresas estrangeiras em detrimento das
nacionais. Ele afirmou que as 30 empresas convidadas possuem sede no país e,
segundo a avaliação dele, não podem ser consideradas estrangeiras.
“A empresa que está instalada no
Brasil, está produzindo no Brasil, está empregando e empregando brasileiros num
grande número, gerando renda no nosso país, essas empresas não são consideradas
estrangeiras”, disse.
Questionado, então, se estas
empresas enviam a maior parte do lucro para o seu país de origem ou o investe
no Brasil, Parente disse que “isso é uma questão de política interna de cada
empresa”.
Sobre a retomada das obras no
Comperj, Pedro Parente enfatizou a UPGN é extremamente importante para bons
resultados da exploração do pré-sal.
“A produção do pré-sal associa óleo
e gás e se a gente não tem uma capacidade de escoamento desse gás isso vai
limitar a produção do óleo. A gente não pode produzir o óleo se a gente não
pode aproveitar o gás. Então, essa unidade é extremamente importante para que a
gente continue tendo estes recordes maravilhosos que a gente está vendo na
produção do pré-sal”, destacou.
Segundo a Petrobras, em 2016 a
produção operada na camada pré-sal registrou recorde histórico. Foi atingida a
marca de 1,02 milhão de barris de óleo por dia, o que superou em 33% a produção
registrada no ano anterior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário