A decisão do Congresso de retirar da Petrobras a condição de única
operadora na exploração do pré-sal terá consequências desastrosas para o
Brasil. Com a aprovação do projeto de lei 4.567, do senador José Serra
(PSDB-SP), as multinacionais poderão explorar nossa maior riqueza sem controle,
o que colocará em risco a autonomia energética do país e derrubará as receitas
com a exploração.
Representantes da direita neoliberal, que podem ter contado com o apoio
de multinacionais interessadas em explorar nosso petróleo, patrocinaram uma
severa campanha de destruição de imagem e enfraquecimento da Petrobras. Ação
para criar clima favorável para o Congresso votar mudanças no regime de
partilha, que garante a propriedade das jazidas do petróleo à União.
O quadro que virá pela frente no setor petrolífero será de devastação,
porque vamos oferecer exploração e venda de campos para estrangeiros num momento
que as maiores empresas do setor estão reduzindo a produção diante do baixo
preço do petróleo no mercado. É um contrassenso, um crime de lesa-pátria,
conceder aos estrangeiros o direito de explorar e controlar os campos do
pré-sal. Vamos vender a exploração a preço de banana para que multinacionais
tenham reservas para um ciclo de alta do petróleo.
A cadeia produtiva de petróleo e gás, sob a batuta da Petrobras,
responde por 20% do PIB e 15% dos empregos criados. Garantimos a política de
conteúdo nacional na indústria, desenvolvimento científico e domínio
tecnológico na exploração e refinamento. Sem o controle da Petrobras, essas
conquistas correm sério risco. Hoje, a empresa tem autonomia em relação ao
competitivo mercado internacional de petróleo e é líder na tecnologia de
exploração em águas profundas.
As reservas do pré-sal, tendo a Petrobras como operadora, têm
produtividade acima da média mundial, a baixíssimo custo. A curva de produção
diária de barris está em ascensão e em 2021 a produção deve atingir 3,4 milhões
de barris/dia. A Petrobras produz o barril de petróleo na área do pré-sal entre
8 a 16 dólares o barril; nenhuma empresa produz a menos de US$ 22.
A entrada de novas empresas como operadoras vão aumentar o custo de
produção e consequentemente reduzir o excedente que fica com a União e que
deverá ser usado em educação e saúde. Só no campo de Libra, onde a Petrobras
participa no consórcio com 40%, a alteração, se aplicada, gerará uma perda de
cerca de R$ 246 bilhões para a União. As áreas de Saúde e Educação vão perder
R$ 50 bilhões. Isso vai atingir os mais pobres, que dependem de políticas para
o setor.
As jazidas do pré-sal estarão sob exploração imediatista e predatória
com a única intenção de atender o entreguismo daqueles que não têm interesse no
desenvolvimento autônomo do país, além dos interesses das grandes empresas
petrolíferas estrangeiras. Aprovar esse projeto revela a natureza e os objetivos
do governo golpista que se instalou no Palácio do Planalto.
Carlos Zarattini é deputado federal (PT/SP)
Nota: Eles venderam a Vale, o que esperar do PSDB??? e o PT dizendo que fez isso e aquilo, só esqueceu de dizer que roubou tudo que podia. O sujo falando do mal lavado.