Denise Luna (Agência Reuters)
Rio, 16:12 12/8/2010 - (Reuters) - O empresário Eike Batista anunciou nesta quinta-feira que encontrou "metade de uma Bolívia" em gás natural no Maranhão, na bacia do Parnaíba, volume que, segundo ele, garantiria pelo menos 25 por cento do consumo de gás no Brasil.
Ressaltando que são apenas estimativas, o empresário disse em teleconferência com analistas que as reservas na região podem atingir 15 trilhões de pés cúbicos, quase dobrando a reservas atuais do Brasil.
Segundo ele, a produção poderia chegar a cerca de 15 milhões de metros cúbicos diários ao longo de 40 anos, volume equivalente a metade do que o gasoduto que vem da Bolívia pode transportar diariamente.
"É uma coisa especial e podem ter certeza absoluta que essa é uma nova província que se abre no país", disse Eike, acrescentando que fez questão de ligar para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comunicar a descoberta.
"Isso (reservas) são números de Eike Batista, mas pelas extrapolações, pela sísmica feita, estamos olhando algo em torno de 10 a 15 trilhões de pés cúbicos de gás em reservas", afirmou, ressaltando que o volume significa oito vezes mais do que estava esperando.
Com a descoberta, os planos da MPX --braço de geração elétrica do grupo EBX e parceira da OGX nos blocos no Maranhão-- serão duplicados e a expectativa é de que em dois anos entre em operação a primeira termelétrica da empresa movida a gás.
Segundo Eike, a opção será construir as unidades em ciclo aberto e em módulos de 100 a 140 megawatts cada, para entrar em operação conforme a demanda por energia.
"Nosso projeto inicial era de 1.863 megawatts e vamos dobrar isso", disse o empresário, lembrando que o investimento previsto era de 1,4 bilhão de dólares.
A energia gerada será vendida tanto nos leilões do governo como no mercado livre, informou o empresário.
AÇÕES TÊM FORTES ALTAS
As ações da MPX dispararam na bolsa paulista após o anúncio das possíveis mega reservas de gás, assim como também subiam as da OGX, ambas descolando do mercado em geral.
Por volta das 15h40 (horário de Brasília), os papéis da MPX subiam 6,7 por cento e os da OGX se valorizavam em 2,1 por cento, enquanto o Ibovespa operava com leve baixa de 0,3 por cento.
O otimismo com a área no Maranhão aumentou também a previsão do número de poços que serão perfurados pela companhia, passando de 5 para 15, o que vai demandar investimentos entre 600 e 700 milhões de reais que virão do caixa próprio da OGX, que hoje gira em torno dos 3,4 bilhões de dólares.
"O mais fantástico de tudo é que está onshore (terra), onde os custos são menores, e numa área do Brasil onde tem riquezas que podemos agregar valor", disse, referindo-se às indústrias da região.
Segundo Eike, apesar do fornecimento diário de até 30 milhões de metros cúbicos de gás natural da Bolívia e da produção de cerca de 60 milhões de metros cúbicos diários da Petrobras, ainda existe espaço para a produção do Nordeste do país.
"O mercado precisa de muita energia até para substituir as térmicas a óleo, como está ocorrendo na China...o Brasil está crescendo muito e precisa de mais 4 mil megawatts de energia por ano", destacou.
OBS. Estimar reserva é bem parecido como afirmar o time que vai ganhar uma partida 15 minutos antes dela começar, ainda mais partindo de quem deu essa informação. Não por acaso todas as ações do seu grupo de empresas tiveram fortes altas. Penso que nossos governantes deveriam está mais atentos a esse tipo de informação. Há anos quando quiseram perserguir o MONTEIRO LOBATO, desacreditavam todas as informações que ele dava a cerca de reservas brasileiras de petróleo. Hoje todos os veículos de informação destacam informações sem as devidas verificações. Será Interesse? Pesquisem Senhores!!! Grande Abraço!!!
Comentário de David Ribeiro - Como vai Professor gostei de sua opinião sobre o Eike Batista!! Tive investigando e o pai dele já foi presidente de Ministério de Minas e Energia, OGX no ano passado possui as maiores descobertas do Brasil e neste ano anuncia a Bolívia de gás do Brasil, estranho!!! um abraço!!!
Nota: Eliezer Batista da Silva (Nova Era, 4 de maio de 1924) é um engenheiro e administrador de empresas brasileiro, que se notabilizou na presidência da Companhia Vale do Rio Doce, que exerceu por duas vezes, e por sua atuação no Programa Grande Carajás (PGC), a primeira iniciativa de exploração das riquezas da província mineral dos Carajás, abrangendo áreas do Pará até o Xingú, Goiás e Maranhão. É filho de José Batista da Silva e de Maria da Natividade Pereira. Diplomou-se pela Escola de Engenharia da Universidade do Paraná, em 1948.
Engenheiro ferroviário, em 1949 foi contratado pela Vale - então uma empresa inexpressiva - e tornou-se seu primeiro presidente oriundo dos quados da empresa, tendo assumido sua presidência em 1961. Coube a Eliezer Batista transformar a mineradora em uma das maiores companhias do planeta, presidindo-a de 1961 a 1964 e de 1979 a 1986.
Foi ministro das Minas e Energia do gabinete Hermes Lima (1962 - 1963) no governo do presidente João Goulart (1961 - 1964). Neste período foi a mola propulsora do projeto do Porto de Tubarão, capitaneando sua construção, no que contou com o apoio irrestrito de San Tiago Dantas, então ministro da Fazenda.
Ainda como ministro de João Goulart, exerceu o cargo de presidente do Conselho Nacional de Minas e Energia e da Comissão de Exportação de Materiais Estratégicos. Com a deposição de João Goulart, pelo golpe militar de março de 1964 foi sumariamente demitido da presidência da Vale e acusado, por alguns grupos militares, de ser "comunista", e esteve ameaçado de ser preso; salvou-o o presidente Castello Branco, que entretanto "aconselhou" que ele deveria ser presidente da Caemi, uma mineradora privada: "Era Caemi, ou cadeia. Não foi difícil escolher".
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