terça-feira, 23 de junho de 2015
Shell e o interessante mercado brasileiro
A atração que as reservas de petróleo no Brasil produz em todo o mundo é muito grande. Este foi o maior motivo para a anglo-holandesa Shell pagar US$ 70 bilhões, pela petrolífera inglesa BG, por conta dos ativos desta em nosso litoral.
Veja abaixo partes da entrevista do presidente mundial da Shell ao jornal Valor. Os grifos são do blog. Fazendo uma breve análise do discurso do CEO da Shell, é interessante observar como a percepção que o mesmo tem é bem diversa do que fazem muitos oposicionistas, com o claro intuito de depreciar a realidade em função da disputa pelo poder. Confiram:
"Após fusão com a BG, Shell terá 20% da produção global no Brasil"
"Protagonista do maior negócio da indústria do petróleo nos últimos dez anos, o presidente da Royal Dutch Shell, Ben van Beurden, não descarta aumentar a exposição da empresa no Brasil, ampliando o já bilionário programa de investimentos que será colocado em prática após a fusão com a BG.
Depois que a fusão de US$ 70 bilhões for concretizada, o que é esperado para o início de 2016 após as aprovações regulatórias em diversos países, o Brasil será o país com maior participação no portfólio de produção da Shell. Mesmo com sua parceria Petrobras envolvida em um escândalo de corrupção, o executivo holandês afirma que está acompanhando atentamente, mas confia na competência técnica da estatal.
Beurden estima que o Brasil vai responder por 20% da produção global da companhia quando entrarem em operação os projetos em desenvolvimento pelas duas empresas, entre eles Libra, do qual a Shell tem 20%, e os campos gigantes do pré-sal onde a BG é sócia, como Lula e Sapinhoá, só para citar alguns. O executivo destaca, no entanto, que o apetite da Shell não para aí e está disposto a aumentar a presença aqui. Ele não descarta participar da 13ª Rodada da Agência Nacional do Petróleo (ANP), prevista para outubro.
"Acredito que os fundamentos do Brasil são muito fortes e, particularmente, se você olhar da nossa perspectiva, estamos investindo em um recurso de classe mundial. Temos que ser otimistas. E eu sou", disse, concluindo que vai "olhar seriamente" os dados do leilão da ANP.
A Shell escolheu o Brasil para a reunião anual do seu conselho de administração e do comitê executivo. Uma prova do apetite da anglo-holandesa pelo país é que o Brasil deve ficar de fora do programa de venda de ativos de US$ 30 bilhões previsto para acontecer entre 2016 e 2018.
Em conversa com o Valor, Beurden listou projetos no país, entre eles a distribuidora Raízen, parceria com a Cosan, e explicou que investir no leilão de Libra veio da constatação de que a participação na área de exploração e produção era pequena.
"Sempre tivemos a percepção de que nossa presença não era grande o suficiente considerando o tamanho do país, suas reservas, e também devido à geologia. Achamos que precisávamos estar mais expostos ao Brasil e o negócio com a BG vai corrigir isso". A Shell investiu US$ 35 bilhões em 2014, grande parte no programa de crescimento orgânico da companhia. Em 2015, o plano é reduzir o investimento por meio de corte de custos forçado pela queda dos preços do petróleo.
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"É claro que quando o acordo com a BG for concluído a Petrobras será um parceiro ainda maior. Discutimos muito isso com o nosso 'board' antes de apresentar a proposta de fusão e tomamos uma decisão fundamental, baseada no fato de que a Petrobras é muito importante para o Brasil. É uma companhia que conhecemos bem sob o ponto de vista técnico e comercial e entendemos como uma empresa de primeira classe quanto à expertise técnica e competência", disse."...
fonte: Valor economico e Blog do Roberto Moraes
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