O óleo vem sendo contido pela empresa americana, segundo a agência, que ainda analisa um segundo acidente ocorrido no mesmo campo e que provocou o afundamento do solo marinho.
A ANP estimou que o vazamento de petróleo totalizou 3.700 barris (588,3 mil litros), e não 2.400 barris como fora divulgado pela Chevron.
Parte desse volume ainda está contida no reservatório e, por isso, continua a ser liberado por fissuras, informou a diretora-geral da agência, Magda Chambriard.
O volume corresponde a 96% do total de vazamentos de petróleo do Brasil em 2011, de acordo com a ANP.
Ainda sem um valor de multa definido para o primeiro acidente -mas que deverá girar em torno de R$ 40 milhões para 25 infrações, segundo Magda Chambriard-, a ANP concluiu que, se a Chevron tivesse seguido corretamente a legislação brasileira e o seu próprio manual de procedimentos, executando análises de risco em conformidade com a regulamentação da agência, o acidente teria sido evitado.
A Transocean, que prestava serviços para a Chevron, não será autuada. (andré costa: e nem poderia, seria como eu quisesse multar o profissional que foi fazer um furo na parede para colocação de um quadro. Quem pediu para ele realizar o trabalho naquele local?)
"A Chevron não foi capaz de interpretar a geologia, apesar de ter 62 poços já perfurados no campo de Frade. O erro de interpretação levou à estimativa incorreta da pressão, o que causou o acidente", explicou Magda.
Para voltar a perfurar no país ou injetar água em seus poços, a Chevron terá que provar à ANP que suas operações são seguras. "Entre outras coisas, [a empresa] terá que concordar com o relatório", disse Magda.
VOLTA À PRODUÇÃO
Para ela, não há obstáculos para voltar à produção. No próximo dia 27, a Chevron entregará à ANP o cronograma para voltar a produzir, o que deve acontecer em breve, mas apenas em poços não atingidos pelo acidente.
A Chevron contestou o relatório da ANP, alegando que utilizou corretamente os dados dos poços perfurados no campo para operar no local onde ocorreu o acidente.
Disse ainda que todas as perfurações feitas foram aprovadas pela agência e que os processos de gestão de risco estão em conformidade com as regras da ANP.
Fonte: Folha de S.Paulo / Denise Luna